Rio Carimã, um pedido de socorro.

Rio Carimã está situado no município dos Barreiros tendo sua nascente neste território na Fazenda Pracinha há aproximadamente 28 km do centro da cidade, passando por varias localidades dentro do município que antes de desaguar no majestoso Rio Una (de maior proporção) tem a capitação de parte de suas águas para o consumo da população barreirense.

Fotos do Rio Carimã, local de captação de águas para distribuição às casas dos barreirenses (Imagens Blog Construindo Amizades)

Tais rios, Una e Carimã, antes da degradação e esquecimento que está acontecendo com total absurdo do poder público local, tinham o privilégio de verem crianças brincarem, tomarem banho, bem como os pais de família alimentarem seus familiares tirando parte de seu sustento com a venda de peixes e crustáceos que existiam em toda sua extensão fluvial.

Percurso do Rio Carimã, passando em alguns bairros da cidade (Imagens Blog Construindo Amizades)

Nesta viagem de lembranças de um passado rico vivido por todos de nossa cidade e de vários ribeirinhos que moravam ao longo do seus leitos há muitas historias, na maioria anônimas. Se o nosso rio Carimã pudesse ao menos citar algumas poucas palavras as primeiras seriam de um alto e estrondoso grito de socorro! Sendo um rio de suma importância para todos os barreirenses, inclusive para aqueles que o despreza, sem nenhum estudo e/ou formação por pura ganancia que existe em parte do empresariado de nossa cidade à tempos fazendo pouco caso e contribuindo com o desmatamento de suas margens sem se preocuparem com os órgãos que por direito deveriam protegê-los destas e de outras agressões sofridas pelo Carimã.

Vista do antigo Lajedo entre o bairro dos Lotes e a Rua Leônidas Lemos (Conhecida como Rua do Catimbó) aonde antes existiam três cachoeiras. (Imagens Blog Construindo Amizades)

Haviam lindas cachoeiras onde o rio também se oxigenava, e que hoje vem perdendo sua força com o Carimã, que mesmo com todo o seu esforço para se manter vivo, serve ainda e preserva vidas do povo barreirense que por décadas vem virando suas costas para a mais importante fonte de água do nosso município. Sem nenhum projeto feito ou pensado por vários prefeitos eleitos em nossa cidade o nosso bem maior, que se chama Rio Carimã, pede ajuda em sussurrante marulhar para se manter com a firmeza de suas águas, antes percebidas por seu antigos moradores e que hoje são testemunhas oculares de sua degradação, sem a preservação que se faz necessária em todo seu leito. Não é de forma espontânea que a cidade onde é banhada pelo, ainda majestoso e agredido rio Carimã, é chamada de Barreiros, que foi formada de uma aldeia cujo chefe descendia de Filipe Camarão (um dos líderes da restauração pernambucana). Foram os Caetés os primitivos habitantes das terras em que se iria formar o município de Barreiros. O nome Barreiros proveio das escavações feitas no solo, que era de barro vermelho, pelos porcos Caititus, muito abundantes no lugar (leia mais aqui). Segundo o IBGE de 2021 há atualmente cerca de 42.866 munícipes neste importante centro na região da mata sul pernambucana.

Tendo suas ligações feitas por pontes nossa terrinha tem um misto de terra batida, calçamentos, asfaltos e concretos, e em meio a tudo isso o Carimã que passa por vários bairros barreirenses dentre eles os bairro de Tibirí, Prainha de Cima, Lotes, Prainha, e parte de nosso comércio, no centro da cidade, antes de se unir a um outro rio de maior proporção, o rio Una, que também banha parte de nosso querido município que desaguam juntos e misturados em Várzea do Una no mar da cidade de São José da Coroa Grande.

Ponte Lívio Tenório, sobre o rio carimã, última ponte em que o rio carimã se encontra com o rio Una.

Rio importante mas, esquecido, pois carrega a partir de sua capitação lixos e detritos que agridem seu leito e sua própria sobrevivência ao longo de vários quilômetros, e ao entorno de sua extensão que fora erguida a nossa cidade. Navegando em nossa imaginação ouso perguntar: será que um dia nossos filhos netos e bisnetos, terão o privilégio que outrora eu e tantos outros barreirense tivemos? A riqueza do rio que nos banha e que ainda “serpenteia” vai muito além de nossa mera imaginação.

Percorri vários quilômetros em águas que um dia foram cristalinas com poços, cachoeiras e muitas aventuras, andando sobre pedras, galhos e muita vegetação que hoje é um privilegio para poucos. Os acessos antes fáceis e livres, hoje se faz quase impossível em alguns lugares em toda a extensão do Carimã onde as terras que assoreiam o rio dão um claro sinal do descaso com uma das maiores fontes naturais de todos os ribeirinhos e de toda município, que usa a capitação de sua água pra servir a varias casas à partir das encanações da empresa fornecedora de água encanada. Nosso esforço ainda vale à pena, depois de tantas agressões em seu percurso o rio Carimã ainda nos presenteia com lugares como este.

Lugar lindo que nos traz belas recordações e nos transporta dentro da nossa imaginação onde ainda é possível navegar com a segurança de nossas lembranças. Fico aqui com a sensação que ainda podemos nos banhar em um passado não tão distante, em se falando de tempo, mais que se tratando e vendo as ações do homem principalmente do governo municipal que nada faz e não se preocupa em fazer em assim preservar o bem de todos, que é o (outrora) majestoso Rio Carimã.

Em todo pais cerca de 4% de nossas florestas, parte delas inundadas, servem de barragens para a geração de energia, enquanto as nossas margens do rio que banha a cidade de Barreiros, o Carimã, sofre com degradação, descaso, desmatamento e agressão ambiental por aqueles que na pratica deveriam proteger, mas promovem verdadeiros abusos de poder com claro descaso com o meio ambiente na falta de preservação do nosso rio sem qualquer beneficio a nossa população.

Pontes sobre o antigo rio João Negrão no bairro da Santa Gorete. A principal, em cima temos a ponte de acesso próximo à pracinha da Santa Gorete, abaixo da esquerda para a direito temos a ponte de acesso ao bairro Santa Marta, no meio temos a ponte de “Seu” Selé e a ultima há a ponte que liga o bairro da Santa Gorete ao bairro vizinho, Santa Marta.

Hoje com esgoto a céu aberto, à exemplo do famoso mas já esquecido Rio João Negrão que atravessa o bairro da Santa Gorete, que de forma criminosa são canalizados para o mesmo os dejetos de várias residências naquela localidade. Local aonde antes já serviu de palco para brincadeiras infantis como rei da pedra, barra-a-barra, pega-pega entre outras. Brincadeiras estas que também existiam com folga nos rios Una e Carimã, e que nossos pais e nossas mães pescavam peixes e crustáceo, além de lavarem roupas à beira do mesmos, as chamadas lavadeiras de roupas de ganho. Hoje nada mais temos que lembranças, já quase apagadas. Nestes rios haviam peixes de varias espécies que serviam de renda e alimentos para muitos ribeirinhos e seus familiares.

O rio Carimã agoniza e pede socorro, pois as ainda poucas espécies hoje existentes sobrevivem em meio a contaminação, esquecimento e descaso que fora constatado por mim e que pode ser conferido por todos. Este é um alerta e um pedido de socorro e a indignação de quem bebeu de suas águas in natura, que brincou, que pescou e banhou-se em seus leitos um dia cristalinos e que fica num passado não tão distante, precisando de um reflorestamento e um cuidado todo especial. Pois ainda é dele que é retirada a água que bebemos e nos banhamos, além de outras necessidades diárias. O Carimã sofre com agressões e está sendo degradado por aqueles que ao invés de preserva-lo, destroem indiscriminadamente seu leito e suas arvores nativas sem nenhum estudo preliminar e sem se preocuparem em ser punidos por qualquer autoridade competente, e sem se preocupar ainda com qualquer consequência que nos seja devolvida de forma dura pela mãe natureza. É preciso um olhar atento por estamos perdendo nossa natureza por nós mesmos e se não for feita alguma ação imediata o que hoje ainda esta sendo mostrado nessa publicação ficará para a posteridade apenas lembranças de fotos, nada mais que isso.

Quando comecei a tratar de nosso Rio Carimã eu pensava em apresentar nossas belezas naturais, no entanto fui levado á constatar uma realidade nua e crua que nos agride os olhos e que nos leva às lágrimas. De tudo o que pude presenciar pessoalmente resta agora apelar para que alguma coisa seja feita, com urgência, pois o rio carimã pede socorro!

Hoje somos o que somos. Construindo Amizades Blog do Pedreiro.

One Reply to “Rio Carimã, um pedido de socorro.”

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