Ela caminha triste pela rua às vésperas do dia dos namorados. A tristeza é algo que sua postura não deixa transparecer, cabeça erguida, cabelo alinhado, abaixo da cintura, blazer rosa sobre uma blusa de cetim branca, uma calça jeans em cor azul claro, um sapatênis branco, pulseira no pulso esquerdo, colar e brincos dourados, um batom vermelho que tomava a atenção para si. cumprimentou alguns de seus vizinhos que encontrou na caminhada rumo a sua casa. Ao parar enfrente ao portão, pegou as chaves em sua pequena bolsa marrom, mas… Parou para ouvir seus pensamentos. Assim pensou a tão bela e sucedida mulher que sentia-se fracassada por amar e não ser amada.
Às vésperas do dia dos namorados, os românticos mostram, com mais força, seu jeito de amar profundo e perfeito. Os ditos não românticos, também, às vésperas, demostram o seu modo de amar em um simples gesto que se iniciou dias antes – a reflexão das falhas, a vontade de reviver e sentir o ardor no peito, os momentos iniciais de um relacionamento que esfriou com o tempo.
Mas é no dia dos namorados que as pessoas lamentam não ter alguém do lado, não ter com quem apreciar o amor. Há também quem recorde momentos, e para estes, a tristeza é maior pois um dia partiu quem se ama em uma viagem sem volta, marcando esse momento com dor e lamento. Há quem diga que, na vida é melhor perder para outro alguém do que perder para a morte e levar a vida na sorte, aguardando que seu dia chegue também. Há quem ama e é amado! Mas esse dia dói mais para quem ama e não é amado; quem deseja e não é desejado; quem sonha e não se realiza; quem pensa que viver sem amor é o seu destino; e há quem se entrega ao vazio e à solidão sem questionar se para aquele sofrimento existe razão.
Foi assim que ela pensou! Lamentou sua solidão, entrou sem perceber que do outro lado da rua o coração de um jovem arde e sofre de amor por ela!
Texto de Acsa Rêgo
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